Vigilância ambiental do vírus da hepatite na cidade de São Paulo, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v8i0.2060Resumo
O vírus da hepatite E (HEV) é um agente emergente causador de hepatite entérica aguda em diversas regiões do mundo. No Brasil, taxas de soro-prevalência têm sido determinadas em 6% na população adulta e em 3% na população geral, evidenciando que a hepatite E no Brasil não é rara. Entretanto, a epidemiologia geral do vírus ainda é pouco estudada no país e não temos dados abrangentes de monitoramento ambiental. O objetivo desse estudo foi monitorar o HEV em amostras de esgoto bruto, efluentes secundários e água de reúso na região metropolitana da cidade de São Paulo, Brasil, durante o período de um ano (abril de 2015 a março de 2016). Amostras foram coletadas mensalmente em 4 grandes Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs), responsáveis pelo tratamento de esgotos de uma população equivalente a 8 milhões de pessoas residentes na cidade. Genomas virais foram investigados através de reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR). Genomas de HEV não foram detectados durante todo o programa de monitoramento. Embora os resultados sugerem que a taxa relativa de circulação do vírus no ambiente pesquisado é baixa, os desafios analíticos relacionados aos limites dos métodos moleculares utilizados para detectar genomas virais em amostras ambientais são discutidos. Essa foi a primeira iniciativa para obter dados de HEV circulantes em matrizes ambientais na cidade de São Paulo e espera-se que futuros estudos de vigilância ambiental sejam conduzidos, apoiando políticas públicas mais efetivas de controle ambiental e prevenção da saúde com relação às doenças virais de veiculação hídrica.
Palavras-chave: Doenças de veiculação hídrica. Saneamento. Saúde pública. Vigilância ambiental.