Padres burocratas de Deus, docentes do estado

o reino e a glória de Giorgio Agamben

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.24302/prof.v10.4939

Resumen

Este artigo procura pensar uma possível articulação entre a arqueologia da glória pensado por Agamben em seu projeto longitudinal de constituição histórica do Homo Sacer, com a atuação da biopolítica implícita na burocratização dos processos educacionais que pesam sobre o atual contexto escolar. Valendo-nos da problematização do dispositivo da glória como máquina bipolar de gerenciamento estratégico, perguntamo-nos, por um lado, acerca das condições de possibilidades para uma emergência do messianismo e, por outro lado, das resistências ao burocratismo na escola enquanto práticas de insurreição e de desativação dos dispositivos de poder. O primeiro momento do texto é dedicado a procurar compreender as relações entre o método arqueológico de Agamben e a evocação burocrática da trindade como dispositivo de captura e de governamentalidade. O segundo momento dedica-se à relação entre messianismo e fim dos tempos a partir da ideia do homo sacer e das propaladas inovações pedagógicas do empreendedorismo, nas investidas antiburocráticas na educação como quadro performático da vida insurrecional. Nossas considerações finais são dedicadas a explorar os possíveis tensionamentos e as desativações dos dispositivos de poder e de governamentalidade nas reflexões propostas por Agamben, com uma visada sobre o burocratismo e o empreendedorismo nas pedagogias escolares.

Palavras-chave: Giorgio Agamben; Homo sacer; burocracia; pedagogia escolar.

Biografía del autor/a

Rodrigo Diaz de Vivar y Soler, Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Doutor em Filosofia pela UNISINOS. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, Professor Colaborado do Programa de Pós-Graduação em Educação e Professor do Departamento de Psicologia da FURB.

Celso Kraemer, Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Possui graduação em Filosofia, com Habilitação em Filosofia, Sociologia e História, pela Fundação Educacional de Brusque (1990), mestrado em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2003) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Professor titular de Filosofia da Universidade Regional de Blumenau, desde 1991, instituição na qual atua junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado em Educação, e nos cursos de graduação e especialização e professor de filosofia na Faculdade São Luiz, desde 2002. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, capacitação docente, ética e política, e história da filosofia. Coordenou o PIBID Interdisciplinar em Direitos Humanos entre 2010 e 2076. Pesquisa a temática da filosofia contemporânea, da sociedade, da educação e da sexualidade, com ênfase em Michel Foucault.

Rafael Araldi Vaz, UNIPLAC

Doutor em História pela UFSC. Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIPLAC.

Camila Gabriela Pollnow, Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Mestranda em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB). Blumenau. Santa Catarina. Brasil.

Publicado

2023-11-10

Cómo citar

Soler, R. D. de V. y, Kraemer, C., Vaz, R. A., & Pollnow, C. G. (2023). Padres burocratas de Deus, docentes do estado: o reino e a glória de Giorgio Agamben. Profanações, 10, 602–618. https://doi.org/10.24302/prof.v10.4939

Número

Sección

Artigos