Educação interprofissional no contexto da pandemia
avanços e desafios
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v9iSupl.1.3426Abstract
Introdução: O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/ Interprofissionalidade (PET-SI) contribui para a formação generalista e humanizada¹. A educação interprofissional (EIP) visa melhorar a prática colaborativa e a qualidade da atenção à saúde². A pandemia da COVID-19 impôs novos desafios ao programa e ao desenvolvimento da EIP. Objetivo: Descrever o uso de ferramentas tecnológicas em atividades remotas para o desenvolvimento da EIP pelo PET-SI. Metodologia: Relatar a experiência de acadêmicos de enfermagem, farmácia e medicina do PET-SI Três Lagoas-MS. A aplicação da EIP deu-se pela discussão simulada de caso clínico, de maneira remota, para a construção de um projeto terapêutico singular, na atenção básica, ressaltando-se as competências comuns, específicas e colaborativas. A plataforma utilizada foi o Google Meet. A atividade foi proposta em uma reunião do PET-SI, como alternativa ao cenário que impede atividades presenciais. Resultados: A escolha do tema foi pautada por uma vivência anterior dos acadêmicos. Simulou-se o caso clínico de uma mulher, 28 anos, solteira, nuligesta, sexualmente ativa, sangramento vaginal inespecífico, auto-medicada com anticoncepcional oral. Exame físico geral sem alterações, colo uterino centralizado, sangramento ativo. Passou pelo acolhimento com o enfermeiro e foi encaminhada à consulta médica. A colpocitologia oncótica foi realizada por ambos profissionais. Ao médico, coube a prescrição terapêutica. Na consulta de enfermagem, foi esclarecida sobre métodos contraceptivos disponíveis. A atenção farmacêutica norteou-se pela discussão da medicação. Sugeriu-se visita domiciliar pelo enfermeiro e farmacêutico para posterior reavaliação. Os alunos foram instigados a fomentar o protagonismo da paciente, como na atenção centrada na pessoa. Sobre os desafios dessa atividade, evidenciaram-se problemas de conexão, internet e pouco domínio da ferramenta tecnológica pelos profissionais. Na simulação utiliza-se um cenário ideal, que dificilmente ocorreria, pois é incomum no processo de trabalho da Unidade Básica de Saúde (UBS) a disponibilidade de profissionais para atendimento conjunto. O mesmo ocorre com acadêmicos, devido a polarização de grades curriculares e falta de suporte para flexibilizá-la³. Como avanços, percebe-se que a estratégia utilizada é uma alternativa viável e que auxilia na manutenção da EIP. Ademais, contribui para refletir sobre lacunas no processo de trabalho da UBS, para uma prática colaborativa e um cuidado integral. Conclusões: A EIP preconiza o desenvolvimento de habilidades que fomentam o trabalho colaborativo para qualificar a atenção. São evidentes as dificuldades para sua efetivação, porém, as ações do PET-SI auxiliam no enfrentamento desses desafios. A simulação e discussão remota de casos clínicos, com o uso de ferramentas tecnológicas, são uma alternativa factível para a conjuntura atual.
Palavras-chave: Educação Interprofissional. Aprendizado Colaborativo. Assistência Integral à Saúde.
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