Perfil epidemiológico da Sífilis congênita em Alagoas (2008-2017)
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v8i0.2259Resumo
Introdução: A sífilis congênita (SC) é considerada evento sentinela da qualidade da assistência pré-natal e responsável por desfechos desfavoráveis ao feto/recém-nascido. Objetivo(s): Avaliar a taxa de notificação e traçar um perfil epidemiológico dos casos de SC no estado de Alagoas entre 2008-2017. Metodologia: Estudo observacional descritivo retrospectivo, no qual foi analisado o perfil epidemiológico dos casos de sífilis notificados em Alagoas, a partir de dados do domínio público do Departamento de Doenças Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e indicadores que se relacionam à assistência em saúde. Para análise de tendência, usou-se modelo de regressão por pontos de inflexão e calculou-se o AAPC, com intervalo de confiança de 95%, significância de 5%. Resultados: Foram identificados 3141 casos de SC nos anos de 2008 a 2017 e 89,14% tiveram diagnóstico de SC Recente. Entre as gestantes, 49,12% possuíam idade de 20-29 anos, 84,72% eram pardas e 31,87% tinham ensino fundamental incompleto. Quanto a assistência à saúde 72,59% das gestantes realizaram o pré-natal. Observou-se também uma tendência decrescente no diagnóstico após o parto (AAPC= -5,4%, p<0,001). O esquema de tratamento da gestante foi inadequado ou não realizado em 88,93% dos casos e o parceiro não tratado/ignorado em 91,38%. Quanto à idade da criança, 94,91% foram diagnosticados com menos de 7 dias. Conclusão: Os achados põem em relevo alguns pontos frágeis da assistência e prevenção da sífilis em Alagoas. A busca da erradicação da sífilis tem se mostrado um desafio aos serviços de saúde, as autoridades sanitárias, bem como os profissionais e a sociedade em geral.
Palavras-chaves: Sífilis congênita. Saúde materno-infantil. Serviços de saúde materna.