Dimensões civilizatórias no Brasil profundo: modernidade e tradição na constituição da elite norte mineira
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v10.4538Resumo
Na perspectiva histórico-figuracional de Norbert Elias (1994), a mudança tem particularidades e forma uma tríade tanto com a civilidade quanto com o progresso, numa dada direção específica. Sua função esteve sempre bem definida: possibilitar o refinamento do comportamento e reafirmar a predominância da perspectiva epistemológica eurocêntrica no desenvolvimento das figurações, numa cruzada civilizatória. Aqui, nosso esforço será analisar como o povoamento da região Norte de Minas Gerais, ocorrido a partir de 1660, por meio das bandeiras e da expansão da pecuária, desdobrou-se numa ação civilizatória rural e cosmopolita. Interessar-nos-emos pela análise das mudanças ocorridas a partir da ação civilizatória, nos habitus comunitários, firmados na reciprocidade, característicos das figurações consolidadas entre indígenas e quilombolas, mediante a imposição de uma figuração individualista, hierarquizada, violenta, baseada no lucro. Fazendo uso de uma biografia específica sobre o tema, esperamos como resultado, compreender como esta conjuntura, resultou no surgimento de uma elite econômica-política, que institucionalizada, tornou-se preponderante numa região, rural e cosmopolita, coabitando modernidade e tradição verificados em habitus de vida rústicos. Sobre este chão, dar-se-á a ação civilizacional do colunismo social praticado por Lazinho Pimenta e Theodomiro Paulino, responsável pelo refinamento do comportamento da elite regional e por um aprofundamento do processo civilizador que, tendo Montes Claros como epicentro, espalhou-se por toda região.
Palavras-chave: Processo Civilizatório; Elite; Refinamento do Comportamento.
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