O abandono das “Vidas Nuas” e a configuração biopolítica do “Bando Soberano” na sociedade contemporânea
DOI:
https://doi.org/10.24302/prof.v6i0.2145Resumo
O artigo analisa a estruturação e a manifestação da biopolítica na sociedade contemporânea, no tocante aos mecanismos de controle e à seletividade do bando soberano no que se refere à construção de instrumentos de segurança. Nesse contexto, problematiza-se a assunção da vida biológica pelo poder e os seus efeitos para a cesura entre vidas efetivamente protegidas e vidas abandonadas. À luz dessa provocação, emerge-se da hipótese, ao fim corroborada, de que a estatização do biológico enseja a valorização de algumas vidas em detrimento de outras, que, inadequadas aos critérios de normalidade, são classificadas como homines sacri, excluídas do corpo social e incluídas, pela relação de bando soberano, em algum campo, física ou virtualmente estabelecido, mediante a aplicabilidade de medidas de emergência, próprias do estado de exceção, inclusive no âmbito dos estados democráticos de direito. A pesquisa, baseada no método fenomenológico-hermenêutico, justifica-se pela existência permanente de sujeitos caracterizados como vida nua.
Palavras-chave: Bando soberano. Biopolítica. Estado de exceção. Sociedade contemporânea. Vida nua.