O papel do PET Saúde/Interprofissionalidade no enfrentamento da pandemia
relato de participação em pesquisa de anticorpos contra o SARS-COV-2
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v9iSupl.1.3415Resumo
Introdução: a pandemia foi decretada pela OMS em março de 2020. Ainda sem tratamentos específicos aprovados para a doença, vimos o poder público tomar providências com base em estudos e experiências acumulados em outros países1,2. O Brasil é um país de dimensões continentais, sendo fundamental que com o avanço da pandemia passemos a considerar nossa realidade a partir de dados coletados localmente para orientar ações de maior impacto e menor custo1. Melhores decisões são tomadas quando embasadas em fatos e dados que demonstrem a progressão da epidemia (ex: clusters ou transmissão comunitária) e consideradas as peculiaridades locais para assim criar ações de prevenção e projetar as necessidades de recursos no sistema de saúde (ex. leitos hospitalares e terapia intensiva)1,2. Por este motivo, uma iniciativa de médicos vinculados à prefeitura de Chapecó, juntamente com professores da UFFS tutores do PET, avaliou a soroprevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 no município de Chapecó/SC por meio de teste rápido imunocromatográfico. Objetivo: relatar o papel do PET/Saúde Interprofissionalidade na construção e desenvolvimento da pesquisa de avaliação de soroprevalência de anticorpos anti SARS-COV-2 na população de Chapecó. Metodologia: os atores do PET-saúde participaram desde a estruturação do estudo, ocorrida em abril e maio de 2020, até o momento de coleta e análise de dados. A pesquisa é um estudo quantitativo, epidemiológico, observacional, transversal de base populacional. A aplicação se deu após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFFS, campus Chapecó. A amostra foi calculada de acordo com a estimativa populacional para 2020, baseada no último censo municipal do IBGE, com distribuição nos 26 Centros de Saúde da Família. Foram selecionados, de forma randomizada e por sorteio, 385 indivíduos distribuídos de acordo a faixa etária e gênero. O convite para participar do estudo foi feito por contato telefônico com leitura do TCLE, e, após consentimento, aplicado um questionário clínico-epidemiológico e agendado o teste sorológico no ambulatório de campanha. Resultados: foram testadas 391 pessoas neste evento. Ao todo, 9 pessoas testaram positivo para COVID-19 e 382 testaram negativo. Verificou-se uma taxa global de soroprevalência de 2,30%, indicando, com base na população chapecoense, um total de 5119 pessoas que já tiveram contato com a COVID-19. Considerando-se a margem de erro de 5%, o número de pessoas prevalentes pode variar entre 4863 e 5375. Considerações finais: os atores do PET-saúde tiveram um papel fundamental para a realização deste estudo, o qual possibilitou o levantamento de dados confiáveis a respeito da evolução da soroprevalência para COVID-19 na população de Chapecó. Este é um exemplo de ação do PET que fortalece a relação entre ensino, serviço e comunidade, pois possibilita a reflexão e a tomada de decisão assertiva na gestão dos serviços de saúde.
Palavras-chave: Prevalência. COVID-19. SARS-Cov-2. Estudos soroepidemiológicos. Coronavírus
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