Capacitação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde de São Bento do Sul/SC sobre o suicídio em adolescentes: ações do setembro amarelo

Autores

  • Ricardo Larroyed de Oliveira Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.
  • Elisabeth Maria Nardelli de Oliveira Psicóloga, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.
  • Cristiane Aparecida Jantsch Sestren Enfermeira, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul. E-mail: cristiane_sestren@saobentodosul.sc.gov.br
  • Carin Luciane Denk Tschoke Farmacêutica, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.

DOI:

https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1668

Palavras-chave:

Atenção Primária à Saúde. Suicídio. Educação Permanente.

Resumo

INTRODUÇÃO: O suicídio é um problema frequente no Brasil e no mundo, com aumento progressivo do número de ocorrências nas últimas décadas, especialmente entre jovens (CALIXTO; ZERBINI, 2017). O alto índice de suicídio na adolescência reflete a maior fragilidade nessa fase do desenvolvimento, onde podem ocorrer sentimentos intensos de baixa autoestima e transtornos psiquiátricos graves (BORGES; WERLANG, 2006). A prevenção do suicídio em jovens requer o uso de múltiplas estratégias, como a detecção precoce do comportamento suicida e o tratamento adequado (BAGGIO; PALAZZO; AERTS, 2009). Neste contexto, a Atenção Primária à Saúde (APS) pode exercer um papel estratégico, devido ao seu maior vínculo com a comunidade, na prevenção do suicídio (OMS, 2000). OBJETIVOS: Capacitar os profissionais da Atenção Primária à Saúde de São Bento do Sul/SC para a identificação, abordagem, manejo e encaminhamento de adolescentes com risco de suicídio na comunidade. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Foram conduzidas por um médico e uma psicóloga, familiarizados com o tema do suicídio, cinco oficinas ativas participativas, com média de 40 participantes cada e com duração estimada de 3 horas e trinta minutos. Esses encontros tiveram como base o diálogo constante e a troca de experiências, de forma a estimular a reflexão, abrindo um espaço real de participação e construção de um novo olhar sobre a atuação das equipes na questão do suicídio em adolescentes. Foi utilizado como material de referência a publicação da OMS (2000): “Prevenção do suicídio: um manual para profissionais da saúde em atenção primária”. Cada oficina foi organizada em seis momentos: 1) Apresentação (15 minutos): abertura e apresentação dos objetivos da oficina; levantamento das expectativas dos participantes; distribuição dos materiais e leitura da programação da oficina; elaboração do acordo de convivência. 2) Unidade Didática I (2 horas): contextualização do suicídio como problema de saúde pública; sensibilização para a importância da prevenção do suicídio; exposição sobre os fatores de proteção e risco para o suicídio; identificação e abordagem de pessoas em risco de suicídio e manejo da pessoa de acordo com grau de risco de suicídio; apresentação e uso do fluxograma de atendimento as pessoas com risco de suicídio na Rede de Atenção à Saúde Mental de São Bento do Sul/SC. 3) Intervalo (15 minutos). 4) Unidade Didática II (15 minutos): notificação dos casos de violência interpessoal. 5) Discussão de casos (1 hora): exposição e discussão de quatro casos clínicos envolvendo adolescentes com diferentes riscos de suicídio. 6) Encerramento e avaliação da oficina por meio do formulário padronizado de avaliação de atividades educativas do Núcleo de Educação Permanente de São Bento do Sul (NEP/SBS). RESULTADOS: O preenchimento do formulário de avaliação de atividades educativas do NEP/SBS era voluntário e, dos cerca de 200 participantes de todas as oficinas, 178 (89%) o preencheram. Os horários das oficinas (predominantemente a tarde) foram avaliados como ótimos ou bons por 91,6% dos participantes. A escolha dos palestrantes foi considerada ótima ou boa por 98,8%. O andamento da apresentação foi avaliado como ótimo ou bom por 96%. A apresentação do tema pelos palestrantes foi avaliada como ótima ou boa por 98%. Cerca de 96,6% dos participantes relataram que foram esclarecidas suas dúvidas sobre o tema e que 97,8% participariam de nova capacitação com os mesmos palestrantes. CONCLUSÕES: A escolha da modalidade de oficinas como método pedagógico, o uso de base teórica respeitada sobre o tema, a condução por profissionais com intimidade sobre a questão do suicídio e o apoio do gestor público municipal possibilitaram que a capacitação dos profissionais da APS de São Bento do Sul/SC fosse avaliada de modo positivo pelos participantes. Contudo, somente as análises dos dados de mortalidade relacionados as causas auto infligidas do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), e das notificações de tentativa de suicídio e de lesões autoprovocadas do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) permitirão a avaliação da efetividade das ações no perfil de morbimortalidade da população de São Bento do Sul/SC.

Biografia do Autor

Ricardo Larroyed de Oliveira, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.

Médico, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul/SC.

Elisabeth Maria Nardelli de Oliveira, Psicóloga, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.

Psicóloga, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul. 

Cristiane Aparecida Jantsch Sestren, Enfermeira, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul. E-mail: cristiane_sestren@saobentodosul.sc.gov.br

Enfermeira, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.  

Carin Luciane Denk Tschoke, Farmacêutica, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul.

Farmacêutica, Prefeitura Municipal de São Bento do Sul. 

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Publicado

2017-12-20

Como Citar

Oliveira, R. L. de, Oliveira, E. M. N. de, Sestren, C. A. J., & Tschoke, C. L. D. (2017). Capacitação dos profissionais da Atenção Primária à Saúde de São Bento do Sul/SC sobre o suicídio em adolescentes: ações do setembro amarelo. Saúde E Meio Ambiente: Revista Interdisciplinar, 6(3), 16–18. https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1668

Edição

Seção

Anais