O uso das tecnologias leves para o cuidado em saúde mental
DOI:
https://doi.org/10.24302/sma.v6i3.1666Palavras-chave:
Transtorno mental. Tecnologias Leves. Rede de serviços de saúde.Resumo
INTRODUÇÃO: Fazer a diferença na vida das pessoas que necessitam de cuidados em saúde requer mais do que conhecimentos técnicos. Segundo Merhy e Onocko (1997) o trabalho em saúde está pautado no uso de tecnologias classificadas em três categorias: duras, leve-duras e leves. Este trabalho discute o uso das tecnologias leves em saúde mental que se referem às relações estabelecidas por meio da escuta, vínculo, diálogo, acolhimento, autonomia e corresponsabilização, ou seja, envolvem a construção de um processo terapêutico baseado na interação e na confiança entre profissionais e usuários. A importância deste tema está no fato de que as tecnologias leves são a base para o início e fortalecimento das relações entre profissionais e usuários principalmente na atenção primária, fazem parte da rotina de atendimento nos serviços de saúde e consequentemente irão refletir no tratamento. Em razão disso, a discussão desse tema também deveria se tornar rotineira para tornar o uso dessas técnicas cada vez mais aprimoradas. O uso dessas ferramentas contribui para a produção do cuidado humanizado em saúde mental em todos os níveis de atenção. OBJETIVOS: Discutir o uso das tecnologias leves para promover o cuidado em saúde mental. MATERIAL E MÉTODOS: Trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada na base de dados do portal de periódicos da CAPES com os termos Saúde Mental e Tecnologias Leves, em artigos escritos em português, com o texto completo disponível e publicados nos últimos dez anos. Realizou-se a leitura dos títulos dos artigos e se atendiam ao propósito da pesquisa, fazia-se a leitura do resumo e posteriormente do artigo. RESULTADOS: As principais ferramentas utilizadas pelos profissionais que atuam em saúde mental não estão vinculadas a equipamentos de alta tecnologia, mas sim com aquilo que depende das pessoas, das relações que os profissionais estão dispostos a estabelecer com os usuários. O processo de cuidado integral envolve a produção de novas perspectivas de intervenção, mais próximas da realidade e das necessidades sociais e individuais dos usuários da rede de saúde. Acolhimento e vínculo são apontados como dispositivos que favorecem o cuidado integral e a autonomia tendo em vista que são construídos a partir do diálogo entre o trabalhador da saúde e o usuário e/ou familiar (JORGE et al., 2011). Algumas pesquisas mostram a necessidade de qualificar o acolhimento, a fim de evitar que este seja feito aos moldes de uma triagem (BARROS et al., 2013; COUTINHO et al., 2015). CONCLUSÕES: As transformações no modelo assistencial em saúde mental levaram a construção de um sistema de saúde psicossocial de base territorial e comunitária que visa atender as demandas sob a perspectiva do cuidado e da atenção integral. Este estudo permitiu refletir como o uso das tecnologias leves no cotidiano das práticas possibilita um trabalho que favorece a autonomia do usuário através de uma participação ativa no processo de tratamento e promoção da saúde.